quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Balindo em Paris, V

Quarto dia em Paris, nesse dia o bicho pegou! A pena é que as fotos desse dia vão ficar pra volta a Forno Feliz, mas o relato tá valendo.

Esse foi o dia de visitar o Musée du Louvre, já que terça-feira ele não abre. Inclusive, imaginamos que o Musée d'Orsay estava lotado na terça porque o mundo não pôde ir ao Louvre. Então a proposta era acordar 7h, tomar aquele banhão frio (meu chuveiro está com problemas, hoje eu consegui deixar a água quente - digo, pelando porco de quente!), o café da manhã caprichadíssimo com os croissants que vão fazer falta e correr pro metrô rumo ao Louvre!

8h30, meia hora antes de abrir o museu (e a pontualidade é rigorosa, só pra rivalizar com os britânicos) já estávamos na fila. É legal que a passagem até a entrada via metrô é feita toda embaixo da terra, então só vemos a ponta da piramide invertida na entrada. A outra nós vemos na saída.

O que nos disseram sobre o Louvre?
Não dá tempo de ver tudo, e para ver a Monalisa é só seguir as pessoas.

O que vimos no Louvre?
Não dá tempo de ver tudo, e pra ver a Monalisa é só seguir a turba!

O Louvre é enorme, e lotado de obras de arte de tudo quanto é tempo. Por mim, eu ficaria um ou dois dias passeando tranquilamente pelo museu, observando com atenção. É tão impressionante que só as salas, sem as obras, com todas as decorações da época de palácio, já valeriam a entrada. É embasbacante, pra dizer o mínimo.

Tem obras lá que eu não faço ideia de como conseguiram levar pra lá. Enormes, gigantes, antigas pra dedéu e muito bonitas e interessantes.

Além disso, quem não presta atenção pode dar voltas em círculo, ficar hipnotizado com a grandiosidade das salas, se perder nos labirintos ou simplesmente ficar sentado num banquinho cansado de tanto caminhar. E pior, sem um mapa é capaz de não encontrar algumas obras procuradas.

Só foi uma pena que, como eu tinha que seguir o ritmo alheio, onde o importante era ver as obras mais famosas e passar batido pelo resto, até porque o tempo não permite ver tudo mesmo, acabei ficando menos tempo do que eu queria. Mas é uam overdose de arte.

Muito curioso foi ver, assim como já havia visto em menor quantidade no d'Orsay, as francesinhas sentadas na frente dos quadros desenhando. Uma cena muito fofa!

Por sinal, já disse como as europeias são pequenas? Até não me sinto baixinho andando por aqui :P

Bom, de mais do Louvre só vendo mesmo, nem sei o que comentar, só sei que é um dos lugares que eu pretendo visitar de novo, algum dia, e dessa vez usando o tempo que eu quiser.

ao contrário do maravilhoso passeio, o almoço no Louvre já não foi muito agradável. Como não fui eu quem pediu a comida, acabei recebendo uma salada surpresa de almoço, com uma massa carbonara que deixou a desejar. Porque surpresa? Posso dizer que "comi uns bicho estranho com um tal de gergelim". Umas coisinhas pequenas com tentáculos, me senti num hentai. Não era ruim, mas era meio borrachudo. Para comer, o conselho era não olhar. Era melhor do que a aparência, mas mesmo assim não era bom. Depois dessa, estou tomando coragem para comer escargots.

Na saída do Louvre o cansaço estava batendo, mas deu tempo de tirar fotos na parte de cima da pirâmide, caminhar até o Arc de triomphe du Carrousel, tirar mais fotos, caminhar até os jardins do Palais du Louvre e rumar ao próximo museu, Musée de l'Armée.

O Musée de l'Armée fica na quadra dos Invalides, que historicamente foi criado como um asilo para os soldados que foram invalidados nas guerras. Se encontram ali também um hospital que funciona atualmente só para emergências (se eu não me engano, posso estar confundindo os hospitais) uma capela que não visitamos e os restos mortais de herois militares franceses junto com o maior de todos: Napoleão!

A entrada do museu conta com muitos canhões antigos. Segundo nosso guia, quem mandou colocar lá foi Napoleão, na época dos Luíses eles não estavam lá.

De novo, foi uma pena ter passado correndo por mais um museu, mas mesmo a passagem corrida já foi muito boa. Durante toda a passagem pelo Musée de l'Armée são encontrados canhões expostos, e a medida que os anos vão se passando eles ficam mais ricos em detalhes. Teve até um cuja decoração eram pessoas se abraçando. Poderia dizer que é a perfeita representação do amor destrutivo. Assim como os canhões com detalhes cristãos poderiam representar a Cólera de Deus.

Na primeira sala, visitando a exposição do século XVII, que abrange os reinados de Henrique IV, Luis XIII e o Rei-Sol, Luis XIV, a primeira peça exposta é uma armadura completa de cavaleiro e cavalo. Muito bonita mesmo. Incrivel ver as armaduras finamente detalhadas, onde não ficava um centímetro vazio, como os palácios da época.

Daí passamos para salas repletas de armas e armaduras, como aquele exército de terracota, só que sem o exercito e com armaduras de metal no lugar das armaduras de terracota. Tá, foi péssima a comparação, mas tem armadura pra caralho!

A medida que as épocas vão avançando os uniformes vão mudando, as armas de fogo começam a ficar mais ricas em detalhes, até que acaba essa seção do museu e começa a das guerras mundiais.

Com muitos textos explicativos, material de propaganda de época, muitos uniformes, armas, réplicas de canhões, aviões, bombas e, pelo que eu vi, um navio, posso dizer que foi bem interessante essa visita.

Por sinal, não falei ainda então aproveito para falar agora. Além do Napoleão, são considerados heróis franceses os líderes na primeira e segunda guerra mundiais, e eu destaco aqui Charles de Gaulle, Winston Churchill e Franklin Roosevelt, mas tem outros altos postos do exército francês, como o Marechal Foch, que eu cruzei várias vezes a rua já.

Com o pessoal já capengando da maratona do dia, fomos finalmente à tumba dos militares franceses. É uma majestosa obra que tem ao centro a tumba de Napoleão. Foi-me dito que ela foi colocada no nivel inferior, com uma abertura acima para se avistar, de forma que as pessoas se curvassem a Napoleão. Se isso é verdade, não sei, mas faz sentido. Além de notar as glórias de Napoleão em sua tumba, tem-se também uma cripta com a estátua de Napoleão II, rei de Roma. E então eu lembrei daquele trava-lingua.

Esse é mais um caso em que imagens falam mais que palavras, então depois eu subo as fotos.

Foi engraçado errar o caminho de saída do Hôtel des Invalides quando as pernas não queriam mais responder.

No final do dia, após o merecido descanso, subimos finalmente a Tour Eiffel. Daí duas brasileiras nos disseram que estava um frio do cão, e eu tenho que concordar. Pelo menos não foi hoje, que tinha uma neblina pesadíssima e esfriou bastante em Paris.

Então, olhar toda aquela estrutura metálica da Tour Eiffel me faz pensar 2 coisas:
- a engenharia é linda!
- Construir aquilo deve ter dado um trabalho do cão!

Nesse momento passa um clipe duma francesa na Tv que parece uma cópia da Pamela Anderson. Porque é que elas se estraam desse jeito?

Bom, para finalizar sobre a torre, na lateral dela tem os nomes de vários cientistas famosos escritos, e assim que puder tiro uma foto, já que eu só descobri hoje enquanto corríamos pra pegar o RER (amanhã eu descubro/conto o que é esse trem) pra Versailles.

Paris, 30 de dezembro de 2010.
23:58 GMT +01:00
20:58 GMT -03:00 (horário de verão)

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