terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Balindo em Paris, VI, digo, Versailles

Quinta-feira, dia 30 de dezembro, foi o dia em que todos conseguiram acordar cedo para visitar Versailles.

Depois daquele café da manhã com o inesquecível croissant, rumamos à estação em que se pegava o RER para Versailles. O bom é que a estação ficava ao lado da Tour Eiffel, então pudemos ir a pé para lá tranquilamente.

Foi um dos poucos dias em que vimos o sol, e até deu pra tirar umas fotos bonitas do astro-rei passando no buraquinho da torre. A única coisa que estraga a foto é a minha presença :)



Essa primeira foto foi tirada de um grande quadradão que eu não sei se chamo de térreo ou terraço do Palais de Chaillot ou Place du Trocadéro-et-du-11-Novembre ou sei lá como se dividem os nomes nessa região, mas é o lugar onde se ouve "Oniro" até cansar.


E aqui uma foto da feira de natal da praça. Bonitinha, né?

Então até 2 minutos atrás eu não sabia o que significava RER, e a dona fr.wikipedia.org me disse que era a abreviação de Réseau express régional d'Île-de-France. como eu não falo francês isso não me ajuda muito, então entrei na pt.wikipedia.org pra resultar em Rede Expressa Regional de Île-de-France. Basicamente um sistema ferroviário que integra Paris com sua região metropolitana, tipo o nosso Trensurb. A diferença é que no RER não se ouve um barulho nem se sente um chacoalhar. Andar nesse trem é uma experiência no mínimo interessante. Ah, e ele tem 2 andares, o que eu acho interessante para um veículo que tem que transportar bastante gente.

No caminho de trem para Versailles vimos construções mais atuais, pixações em muros e mais neve, que em Paris já estava escassa. Um dia quero percorrer esses lugares não históricos. Alguém já me disse que achava mais interessante conhecer as partes não turísticas dos locais que visita, e talvez eu compartilhe dessa opinião.

Descendo em Versailles percorremos um caminho cheio de neve já bastante pisoteada (gelo escorregadio sujo de terra) o que tornou a ida até o portão do palácio que brilhava ao longe um tanto emocionante.



O céu azul também foi uma novidade da viagem. Passando o primeiro portão chegamos na praça que dá no segundo portão, muito mais decorado, e a imensa fila! Fila esta que, como as outras, andava rapidinho.







Bom, já se pode ver do pátio interno toda a fina decoração do palácio, inclusive o relógio com o sol no meio, bem no centro do palácio.

A visita ao Château de Versailles durou a manhã inteira, consistindo em visitas a muitos quartos finamente decorados com muitos quadros, estátuas, peças de tapeçaria, camas, bancos, vasos e até uma biblioteca. Nota-se que todos os quartos, se bem me lembro, tinham candelabros de cristais pendurados. Além disso, dos janelões do Château é possível ver o que mais me agradou na visita: OS JARDINS!


















E em uma das pontas de um salão repleto de quadros de temática militar, glorificanto a historia guerreira francesa, encontro uma obra cujo autor tem um sobrenome bastante familiar...





E depois disso uma série de estátuas e bustos de nobres e notáveis franceses, onde qualquer um vai encontrar nomes conhecidos, independendo de que áreas do conhecimento tem domínio.






Findo o passeio, aquele baita cansaço pesando as pernas mais que aquelas câmaras de gravidade do Dragonball, fica uma pulga atrás da orelha: e aqueles jardins que vimos pelas janelas, onde estão? E mais importante: ONDE TEM COMIDA???

Agora, a nota importante, aqui foi o único lugar onde havia material em português no guichê de informações. Abri o mapa. Porque todo aquele verde? Onde estavam os restaurantes? ONDE ESTAVA O PALÁCIO? R: O palácio era aquele rabisco embaixo do mapa, o resto eram os jardins com o caminho pro Grand Trianon e pro Petit Trianon, que seriam nosso próximo objetivo.

Eu vejo aquele ar de desânimo tomando conta das pessoas vendo o quão longa seria a caminhada. Pelo menos o restaurante não era longe e poderíamos descansar antes. Todavia, a espera de pé foi longa no restaurante e o serviço era péssimo. Única reclamação que tenho a fazer da viagem, exceto a vez em que eu pedi pato e veio um mamífero não identificado. Só não reclamei porque na hora porque estava gostoso.

Já o restaurante em que comemos em Versailles tinha um atendimento fraco e, quanto aos pratos era dito no menu: pratos para quem tem pouca fome e pratos para quem tem muita fome. BELEZA! Pedi um prato pra quem tem muita fome e ele tapou o buraquinho do dente. Pelo menos isso. Depois do café rumamos aos jardins.

Na entrada muita neve já havia derretido, então caminhamos num barral enorme. Só estava preocupado em ficar com o pé molhado naquele frio. Bem na entrada uma mulher pede em inglês para eu tirar uma foto dela com a família. "Mas mãe, eles são brasileiros!" "Ah é, nem notei". Essa foi uma cena comum na viagem.



No caminho rumo ao Grand Trianon, passamos por várias fontes e piscinas e estátuas, todas congeladas, em processo de descongelamento.



O caminho abaixo era longo. Lá atrás fica o Grand Canal, que tem uma forma de cruz.






A vantagem da barba comprida é que o queixo não esfria...



No caminho, banquinhos. Afinal, caminhar cansa.



Os jardins são grandes, com várias áreas diferentes e caminhos pelos quais não percorremos. Esse pessoal que cansa com uma caminhadinha...



No ponto onde o caminho em que seguimos diverge das margens do Grand Canal encontramos um pato preso no gelo. E muitos outros felizes comendo os pães jogados pelos visitantes. Também vi uns guris andando pelo gelo. Deu para acompanhar a dificil tarefa de encontrar lugar com gelo mais espesso, visto que estava em processo de derretimento.



Chegando perto do Grand Trianon, uma paliçada. Nessa hora as pessoas aprenderam a me ouvir quando eu digo com o mapa na mão que o caminho certo é o caminho certo, e o caminho errado é o mais longo e com mais neve (barro) para molhar o pé.



Uma inusitada luva solitária no caminho, estávamos quase chegando. E eu correndo pelos caminhos abertos tirando fotos do nada, no nada, sobre o nada, praticamente uma fotografia Seinfeldiana.




CHEGAMOS! E caminhar em volta das poças de neve derretida era como atravessar um campo minado. Só que sem as minas. E não era um campo, era um pavimento de pedras. Bom, eu acho que a analogia foi boa.



E entramos no Grand Trianon, em uma visita um tanto quanto corrida, ao som de frases do tipo: "vamos logo que eu estou com frio e quero voltar rápido!".




Muitas cadeiras ao lado da cama, né?



E então, um pequeno corredor



E NEVE!!!



A mão demorou muito pra esquentar de novo, mas não foi a experiência mais gelada do Grand Trianon.






No caminho de volta ao Château de Versailles, que fica do lado da estação do RER, deu aquele aperto que deveria ser sanado, visto o longo caminho a frente.

Havia toilletes do outro lado do campo minado, então a eles me dirigi. Ouvi aquele barulho de secador de mãos a ar quente, e estranhei, visto que até então somente havia encontrado papel toalha. Depois de satisfeitas as necessidades descobri porque o secador era com ar quente. A água estava a temperatura ambiente. ESTUPIDAMENTE GELADA! Tanto é que demorei um bom tempo para esquentar as mãos depois de lavar, e mais um bom tempo para perceber como aquele secador era estupidamente quente. Quem curte um choque térmico?

O caminho de volta foi um pouco diferente, mais reto, que o caminho de ida. Como é um lugar aberto ao público, pude ver pessoas correndo como se fosse no parcão ou na redenção, mas a temperaturas bem mais baixas e em terreno bastante escorregadio.

Na Bassin de Neptune os artigos decorativos estavam descobertos, o que rendeu mais algumas fotos. Como eu sou um péssimo fotógrafo, o que sobrou de decente foram essas...




Finalmente se vê de novo o Château, e mais algumas decorações interessantes com árvores em formatos criativos, só para colocar a cereja no bolo do dia.





Mais uma fonte



E enquanto eu esperava o resto do pessoal aliviar suas necessidades, uma mostra de como a restauração ainda não está finalizada, vide as diferenças.



Uma foto do Hôtel de Ville, que eu achei interessante quando passei na ida mas só fotografei na volta. Olha como já está escurecendo, suponho que nesse momento fosse umas 16h, hora local.



Depois de voltar praticamente apagado no RER, passei por uma cena imperdivel na Tour Eiffel. Final de tarde, a neblina ainda não havia descido e eu me deparo com essa cena. A foto foi tirada desviando dos vários "Oniros" que se avolumavam em volta dos turistas.



E, por fim, a feira de natal à noite. Isso era entre 17h30 e 18h30 por lá. A foto está desfocada, mas foi o que eu consegui tirar na hora.



E era isso. O texto demorou mais do que eu pensei para ser concluído, então o próximo fica pra outro dia, ou pro fim de semana.

Au revoir!
Porto Alegre, 11 de janeiro de 2011, 02:15

PS: Um dia levo minha noiva para passear nos jardins de Versailles na primavera. Digo, se eu um dia for noivar, o que é altamente improvável, ou deveria dizer baixamente provável? :)

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